UCs de Uso Sustentável no Baixo Rio Branco, em Roraima

Arpa quer transformar área ambiental em três unidades de uso sustentável

Com recategorização, seria possível as comunidades de Boiaçu, Itapará e Remanso trabalharem nas áreas de forma sustentável

Por Vanessa VieiraEm 11/09/2015 às 00:25

O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) deverá começar, em breve, estudos para a recategorização da Área de Proteção Ambiental (APA) Baixo Rio Branco em três Unidades de Conservação de Uso Sustentável, no Sul do Estado. A proposta foi sugerida pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e pelo Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação (Iacti), durante reunião do comitê do programa.

De acordo com o diretor-presidente do Iacti, Marcelo Nunes, a intenção do governo é transformar a APA Baixo Rio Branco em três Reservas de Desenvolvimento Sustentáveis (RDSs). “A APA não é de domínio público, diferente de uma RDS, que poderemos gerir. Esse processo é chamado de recategorização”, explicou, em entrevista à Folha.

As três RDSs criadas seriam a de Boiaçu, Itapará e Remanso, todas na margem do Rio Branco, que juntas equivalem à mesma área da APA Baixo Rio Branco, que é de 1.564.675,456 ha. “Com a criação dessas reservas, vai ser possível trabalhar, de forma sustentável, todas as questões no sentido de dar mais qualidade de vida para essas pessoas, além de gerar renda e emprego”, afirmou Nunes, referindo-se a 18 comunidades que vivem no local, representando 546 famílias que residem ao longo da margem do Rio Branco.

O Comitê do Programa aprovou o início dos estudos para a criação das reservas, em que deve ser investido cerca de R$ 1 milhão. “Desenvolvemos um formulário de inscrição, que apresentamos na reunião do comitê. A previsão é que, a partir de outubro, o recurso esteja disponibilizado para o início dos estudos”, afirmou o presidente do Iacti.

Na próxima reunião, a expectativa é que seja apresentada uma nova proposta, para a criação do Parque Nacional das Nascentes, que hoje também é uma Área de Preservação Ambiental. “Nossa ideia é criar um mosaico, um corredor ecológico na margem direita do Rio Branco”, assegurou Nunes. “As pessoas dizem que a questão da preservação ambiental vai na contramão do desenvolvimento. Mas quando esse desenvolvimento é feito de forma sustentável, não há prejuízos”, comentou.

ARPA – Instituído no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) tem como objetivo apoiar a criação e a consolidação de unidades de conservação federais e estaduais de proteção integral e de uso sustentável na região amazônica, auxiliar na manutenção e propor mecanismos que garantam a sustentação financeira das unidades de conservação; e promover a conservação da biodiversidade na região.

O programa tem duração de 25 anos e é dirigido pelo Comitê que tem como membros o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, dois representantes do MMA, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um representante do Ministério do Planejamento, um do Ministério da Fazenda, um representante indicado pelo órgão estadual do meio ambiente, dois da sociedade civil e três representantes de doadores de recursos privados. (V.V)

 

Projeto de Carbono na Resex Tapajós-Arapiuns

resex tapajós arapiuns

Foto: Terra de Direitos

MPF/PA pede e ICMBio aceita fazer consulta prévia para projeto de carbono na reserva Tapajós-Arapiuns

Proposta anterior, feita pelo Instituto Chico Mendes, não foi precedida da consulta obrigatória pela Convenção 169 da OIT. Procedimento deverá ser corrigido

Em reunião na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Santarém, o Ministério Público Federal (MPF/PA) expôs a necessidade de ser realizada, de modo adequado, consulta prévia, livre e informada com as comunidades moradoras da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns antes de qualquer projeto ou empreendimento que afete seu modo de vida e território. A reunião tratava de proposta de comercialização de créditos de carbono florestal na região, feita pelo ICMBio.

A consulta prévia é um instrumento previsto pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para qualquer medida (seja considerada positiva ou negativa) que afete comunidades tradicionais, o que inclui indígenas, ribeirinhos, quilombolas agroextrativistas e diversas outras populações brasileiras que mantém relação diferenciada com o território onde vivem. O sentido do instrumento é o de respeitar o direito dessas comunidades à autodeterminação, à escolha do próprio futuro e à manutenção de modos de vida que atravessam gerações.

No caso da proposta do ICMBio, como em vários outros casos de projetos que afetam populações tradicionais, a Convenção 169 vinha sendo relativizada, em prejuízo das comunidades. “Se apresenta como necessário um recomeço do processo de diálogo e informação, dessa vez com base na Convenção, sobretudo levando em consideração o ineditismo e complexidade do tema”, apontou o procurador da República Camões Boaventura, que acompanhou a reunião. “É preciso descontituir a ideia de que a execução do projeto é inevitável, o que viciaria o caráter livre da consulta”, afirmou.

Para ele, a apresentação de um projeto pronto pelos servidores do ICMBio às comunidades, sendo dadas as opções de apoiá-lo ou não, viciaria o caráter livre e dialógico da consulta. “O momento é de informação, qualificada, isenta, técnica e multilateral”, explicou. Só com base no máximo de informações possíveis, inclusive com conhecimento de outras experiências similares é que as comunidades terão capacidade de decidir da melhor forma possível.

Tanto as comunidades presentes quanto os servidores do Instituto concordaram com as observações e aceitaram reiniciar o diálogo respeitando as premissas da Convenção 169. O MPF vai acompanhar o processo, através de um inquérito civil aberto na Procuradoria da República em Santarém.

Fonte: MPF

Tecnologias sociais de acesso à água começam a ser construídas na Amazônia

Projeto Sanear Amazônia vai implementar 670 tecnologias nas Reservas Extrativistas do Médio e Baixo Juruá, no Amazonas

Brasília, 18 – As primeiras tecnologias sociais de acesso à água para consumo começam a ser construídas neste mês nas Reservas Extrativistas do Médio Juruá e do Baixo Juruá, localizadas nos municípios amazonenses de Carauari, Juruá e Uarini. A Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), primeira entidade a iniciar a execução do projeto Sanear Amazônia, deve instalar 670 tecnologias sociais em duas reservas.

Segundo o gerente administrativo da associação, Eude Santiago, a tecnologia representa melhor qualidade de vida para os extrativistas. “O modelo garante água da qualidade e mais conforto. Eles não vão precisar mais se deslocar até a margem do rio e ou igarapés para conseguir água”, ressaltou. As famílias das reservas já foram capacitadas para ajudar na construção do sistema, além de aprender sobre o uso adequado da tecnologia, a gestão da água armazenada e preservação ambiental.

Serão construídas duas tecnologias: sistemas pluviais de Multiuso Autônomo e Multiuso Comunitário. No sistema Multiuso Autônomo, cada família poderá captar, armazenar e filtrar até seis mil litros de água da chuva. Já no Multiuso Comunitário, além das unidades domiciliares, também será instalado um módulo complementar de abastecimento com uma rede de distribuição, sendo acionado somente quando esgotar as reservas domiciliares.

Imagem1

Coordenado pelo Memorial Chico Mendes com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Sanear Amazônia vai garantir o acesso das famílias extrativistas à água de qualidade. Na Amazônia, a população rural sofre com a carência de água para consumo e com doenças e verminoses devido à ausência de saneamento básico.

Com investimento de R$ 35 milhões, a meta é atender 2,8 mil famílias em situação de extrema pobreza que não têm acesso adequado à fonte de água potável e que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal em oito reservas extrativistas da região Norte. O projeto é desenvolvido pelo Memorial Chico Mendes, que seleciona entidades privadas sem fins lucrativos, por meio de chamada pública, para implantar as tecnologias sociais de acesso à água nas reservas.

UF RESEX Famílias beneficiadas Municípios
AC Chico Mendes 500 Assis Brasil, Brasiléia, Rio Branco e Xapuri
AM Baixo Juruá 170 Juruá e Uariní
Médio Juruá 500 Carauari
AP Rio Cajari 500 Laranjal do Jari e Marzagão
PA Arióca Pruanã 260 Oeiras do Pará
Mapuá 300 Breves
Terra Grande Pracuúba 370 Curralinho e São Sebastião da Boa Vista
Soure 200 Soure
Área total 2.800 14 municípios

Capacitação – As famílias da reserva extrativista Chico Mendes, no Acre, também serão beneficiadas com a tecnologia social. No início do mês, pedreiros escolhidos pela comunidade foram capacitados. José de Souza Araújo Filho, 39 anos, é um deles. Ele conta que teve a oportunidade de aprender a construir e utilizar o sistema de acesso à água da chuva. “Antes eu não sabia trabalhar com esse sistema. A capacitação foi muito importante pra mim.”

O pedreiro vai ter ao lado de sua casa, onde mora com a esposa e um enteado, a tecnologia social. Beneficiário do Bolsa Família, ele recebe R$ 237. O dinheiro ajuda na compra de comida, material escolar e, algumas vezes, de água. “Aqui na comunidade temos que buscar água longe. As mulheres vão a pé, com uma lata na cabeça. Por isso, a tecnologia é tão importante”, destaca.

Segundo a analista de Políticas de Inclusão Produtiva do MDS, Karla Oliveira, as entidades Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA Acre), SOS Amazônia e Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre (Pesacre) vão construir 500 tecnologias sociais de acesso à água na reserva Chico Mendes.

De acordo com o coordenador técnico do Sanear Amazônia no Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA Acre), Stoney do Nascimento, as construções dos sistemas devem começar em julho. “O projeto representa muito para a comunidade. Além de receber essa tecnologia, as famílias estão participando de todo o processo, do começo ao fim”, ressaltou.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Encontro de Formação do Projeto Sanear

O Memorial Chico Mendes realizou, entre 05 e 07 de maio, em Manaus, encontro de formação para representantes das organizações executoras o Projeto SANEAR, financiado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. O encontro, que faz parte da agenda de trabalho do Projeto SANEAR AMAZÔNIA, teve como objetivo nivelar a metodologia de implementação do projeto entre as organizações selecionadas em um processo público para executar o projeto.

foto web encontro 2

O SANEAR AMAZÔNIA visa garantir água de qualidade para o consumo das comunidades extrativistas da Amazônia, prevenir doenças, melhorar o rendimento escolar de crianças e adolescente e, também potencializar atividades econômicas das famílias extrativistas mais isoladas da região Amazônia, com a disponibilidade de tecnologia social – Sistema de acesso à água Pluvial Multiuso Comunitário e Sistema de acesso à água Pluvial Multiuso Autônomo.

A meta é beneficiar 2.800 famílias extrativistas de 8 Reservas Extrativistas, uma área 2 milhões e 300 mil hectares, localizadas em 4 Estados da Amazônia, a saber: Acre (RESEX Chico Mendes/Xapuri, Rio Branco, Brasiléia e Assis Brasil; Amazonas (RESEX Médio Juruá/Carauari e Baixo Juruá/Juruá e Uarini); Pará (RESEX: Arioca Prunã/Oeiras do Pará, RESEX Mapuá/Breves, RESEX Soure e RESEX Terra Grande Pracuúba/Curralinho, São Sebastião da Boa Vista) e Amapá (RESEX Rio Cajari/Laranjal do Jari e Mazagão).

foto web encontro

Projeto SANEAR: uma alterativa inovadora

É uma proposta de investimento em tecnologias sociais para o desenvolvimento de sistema de abastecimento de água que contam com a captação da água da chuva, sendo uma alternativa que viabiliza o acesso à água de qualidade na região Amazônica, onde o regime pluviométrico não é uniforme e apresenta períodos de escassez da fonte de água de chuva. Por este motivo, a proposta é apostar em alternativas de abastecimento complementar (água de superfície ou água subterrânea) para garantir o acesso à água em quantidade, qualidade e acessibilidade ao longo do ano.

Memorial Chico Mendes

O Memorial Chico Mendes – MCM, organização de natureza técnica vinculada ao Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS, é o responsável pela execução do projeto.

Segue abaixo o link da notícia que saiu no portal do jornal A Crítica de Manaus sobre o Encontro de Formação do Projeto SANEAR Amazônia.

http://acritica.uol.com.br/amazonia/Sustentabilidade-potavel-comunidades-localizadas-reservas_0_1351664824.html

Projeto Sanear Amazônia capacita entidades executoras

A partir de amanhã, dia 5 de maio e até o dia 7 de maio, o Memorial Chico Mendes vai realizar um Encontro de Formação com as entidades executoras do Projeto Sanear Amazônia selecionadas em Edital de chamada pública. Também participarão do Encontro o MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a UnB – Universidade de Brasília e o CNS – Conselho Nacional das Populações Extrativistas.

Veja a programação do evento:

ENCONTRO DE FORMAÇÃO NA EXECUÇÃO DO PROJETO SANEAR AMAZÔNIA

PERÍODO: 05 a 07 de maio de 2015

LOCAL: Hotel Plaza, Manaus – AM.

OBJETIVO: Compreender e acordar o processo de implementação das Tecnologias Sociais de acesso a água, por meio da execução do Projeto SANEAR AMAZÔNIA.

PROGRAMAÇÃO

Hora Dia 05 / 05 (terça-feira)
14:30 – Abertura, com boas vindas e apresentação da programação.
15:00 – Assinatura de contratos entre o Memorial Chico Mendes e as Entidades Executoras das Tecnologias Sociais nas Reservas Extrativistas.
15:30 – Apresentação das experiências das entidades executoras selecionadas na Chamada Pública.
18:30 – Encerramento dos trabalhos do dia.
Hora Dia 06 / 05 (quarta-feira)
08:00 – Apresentação das Tecnologias Sociais de acesso a água para a Amazônia.
09:00 – Debate e entendimento sobre as Tecnologias Sociais.
10:00 – Apresentação do Sistema SIG Cisterna.
12:00 – Almoço.
14:00 – Exercícios práticos de uso do Sistema SIG Cisternas.
15:30 – Visita ao Memorial Chico Mendes: conhecer o processo de construção da Instalação Sanitária Domiciliar com placas pré-moldadas.
18:30 – Retorno ao hotel e encerramento dos trabalhos do dia.
Hora Dia 07 / 05 (quinta-feira)
08:00 – Processo e condições para o repasse das parcelas financeiras dos contratos.
09:00 – Regulamento de compras e contratações do Memorial Chico Mendes.
10:00 – Apresentação da planilha de custo das Tecnologias Sociais.
– Apresentação da Planilha de Conciliação Bancária mensal.
– Atribuição dos Supervisores Estaduais do MCM em cada Estado.
12:00 – Almoço.
14:00 – Planejamento, por entidade executora, da entrega das Tecnologias Sociais contratadas.
16:00 – Avaliação do evento.
18:00 – Encerramento.

 

 

 

 

Memorial divulga resultado final da Chamada Pública 01-2015

RESULTADO FINAL DA CHAMADA PÚBLICA 01-2015 MCM

O Presidente do MEMORIAL CHICO MENDES – MCM, Antonio Adevaldo Dias da Costa, torna público o resultado final da avaliação da Comissão de Seleção de Propostas ao Edital de Chamada Pública 01/2015.

ENTIDADES SELECIONADAS

LOTE INSTITUIÇÃO CNPJ
01 Centro dos Trabalhadores da Amazônia – CTA 04.593.380/0001-76
02 Associação S.O.S Amazônia 14.364.434/0001-85
03 Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre – PESACRE. 63.590.269/0001-95
04 Associação de Mulheres do Baixo Cajari – AMBAC 06.228.998/0001-62
05 Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC 00.988.909/0001-21
06 Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Mapuá 08.044.741/0001-86
07 Instituto Vitória Régia 05.670.669/0001-10

ENTIDADE NÃO SELECIONADA APÓS ANÁLISE DO RECURSO

LOTE INSTITUIÇÃO CNPJ SITUAÇÃO
06 Sociedade de Meio Ambiente, Educação e Cidadania 02.614.277/0001-68 Indeferido: Entidade concorrente do mesmo lote comprovou maior número de critérios classificatórios de maior peso.

As entidades selecionadas serão convidadas nos próximos dias para apresentação de documentação para firmar contrato.

Manaus, 20 de abril de 2015.

Antonio Adevaldo Dias da Costa

Presidente do MCM

Acesse o documento do MCM: Resultado Edital de Chamada Publica 01_2015 MCM

Acesse o documento publicado no Diário Oficial:  Resultado Final Chamada Publica 01_2015 DOU

Prorrogada divulgação do resultado do Edital 01/2015

O Presidente do MEMORIAL CHICO MENDES – MCM, entidade sem fins lucrativos e qualificada como OSCIP, inscrita no CNPJ.MF sob nº 01.934.237/0001-02, no uso de suas atribuições e competências legais previstas no Estatuto Social e com base no Edital de Chamamento Público 01/2015 comunica que o prazo de divulgação do resultado provisório da seleção, previsto no item 6.4 do referido Edital, foi prorrogada para o dia 07/04/2015, em função da demora no recebimento da documentação de habilitação das entidades, postadas nos correios no prazo estabelecido no edital.

Aviso de prorrogação de prazo