Encontro na UnB marca 30 anos de luta do CNS

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CONVITE

Neste ano de 2015 o I Encontro Nacional de Seringueiros da Amazônia, que teve Chico Mendes   como   um   dos   protagonistas,   completa   30   anos   e  o   NEAz  quer  marcar esse acontecimento com uma atividade que resgate a história, realize o debate, ainda atual, sobre a defesa da floresta e das águas e apresente os desafios e perspectivas dos povos e populações da Amazônia.

O  I  Encontro  Nacional  de  Seringueiros  da  Amazônia  foi  realizado  na  Universidade de Brasília, de 11 a 17 de outubro de 1985. Este Encontro foi palco da criação do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), resultado da incansável luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras liderada por Chico Mendes e outros seringueiros e povos da floresta, do campo e das águas.

A atividade denominada Encontro Nacional de Seringueiros da Amazônia: 30 anos de organização e luta será composta por um ato às 9:30 horas do dia 15 de outubro de 2015.  Este ato  pretende  reunir  atores  que  contribuíram  para  a  construção  do  I  Encontro  e  do CNS, resgatando a história e apontando desafios atuais e perspectivas para a região. Às 14 horas será realizada uma roda de conversa cujo objetivo é contribuir na construção de uma agenda de ensino, pesquisa e extensão para a Amazônia, com a participação de membros da comunidade acadêmica e de movimentos e entidades sociais.

Gostaríamos de convidar todas e todos para participarem dessa atividade que homenageia os 30 anos de organização e luta dos Extrativistas.

Atenciosamente,

Prof. Manoel Pereira de Andrade

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária

Coordenação do NEAz

Programação:

Hora Atividade
8h00 Recepção e café da manhã
9h00 Exposição Populações Tradicionais e a Biodiversidade / Vídeo sobre o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros
9h30 Ato dos 30 anos do I Encontro Nacional dos Seringueiros
12h00 Almoço
 14h00 Contribuições para a construção de uma agenda de ensino, pesquisa e extensão da Amazônia.

 

Povos da floresta se reúnem pela terceira vez na Amazônia para discutir agenda de desenvolvimento

  
Articulado pelo Conselho Nacional das  Populações Extrativistas – CNS, encontro coloca a  população da floresta como protagonista na luta    pela conservação e sustentabilidade
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Nos dias 28 e 29 de outubro, o CNS realiza o  III Chamado da Floresta, encontro que reivindica a pauta extrativista. O Chamado dá continuidade ao movimento que completa 30 anos e  foi iniciado por Chico Mendes quando lutou pela defesa da floresta para os seringueiros no Acre e se espalhou para toda a Amazônia.  A história da entidade se funde com a da Amazônia que, marcada por conflitos entre latifundiários e trabalhadores rurais, ainda hoje testemunha a morte de lideranças e comunitários. Enquanto, por outro lado, estimula a produção que garante ganhos econômicos e possibilita a sustentabilidade das famílias extrativistas.
A partir dessa perspectiva histórica, é que o CNS coordena a realização do Chamado da Floresta. O local escolhido para receber o encontro, como nas edições passadas, é também proposital. A Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns fica a 8 horas de barco e a 45 minutos de transporte aéreo a partir de Santarém, no Pará. “Atar” a rede no barco e se deslocar até a reserva é, sobretudo, para possibilitar aos participantes a oportunidade de conhecer a realidade de quem habita as florestas brasileiras. “Ao invés de levar toda a floresta até eles, por que eles não vem até nós para conhecer a nossa vida? É bem mais produtivo quando você tem contato com a realidade e discute, ali, o que pode ser feito para as pessoas que habitam a floresta”, destaca Manoel Cunha, articulador político do CNS.
Estão inscritas cerca de 3 mil pessoas, 40 entidades parceiras do movimentos social, além de convidados internacionais e da Panamazônia. A disposição dos participantes é que o governo federal atenda as proposições dos extrativistas, como forma de recuperar a dívida social no desenvolvimento de  politicas publicas para a Amazônia e suas populações. A estratégia é chamar a atenção dos mais jovens para a discussão dos pontos prioritários que serão debatidos e discutidos na pauta que será negociada com o governo federal, que são política da Reforma Agrária, produção e geração de renda, infraestrutura básica, saúde e educação.
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Joaquim Belo, presidente do CNS

Através de grupos de trabalho e plenárias, a discussão no Chamado da Floresta gira em torno das propostas de políticas públicas que promovam a inclusão social das populações extrativistas, no mundo dos direitos sociais – a grande maioria vive desprovida dos serviços essenciais do Estado – no direito à saúde, à educação, à segurança, à formalização da produção extrativista. Para Joaquim Belo, presidente do Conselho,  “o Estado brasileiro não pode continuar pensando o desenvolvimento a partir da lógica da produção agrícola, é preciso desenvolver o País a partir do potencial da floresta. E  também pensar em formas de oferecer os serviços de captação e distribuição da água potável, o fornecimento de energia elétrica; habitação rural; entre outros”.

O III Chamado da Floresta ocorre nos dias 28 e 29 de outubro na Comunidade São Pedro, localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapuins, em Santarém, no estado do Pará. Participam do encontro entidades nacionais, internacionais e  do movimento social brasileiro do segmento extrativista.

Sanear Amazônia debate acesso a água e soberania alimentar

Sanear Amazônia é apresentado durante o ‘3º Encontro Temático: Água e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional’, em São Paulo

Na última quarta (23), o Memorial Chico Mendes participou de encontro entre representantes da sociedade civil e do Governo Federal, em São Paulo, para discutir a água no contexto de segurança e soberania alimentar.  Segundo o conselheiro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Naidison Baptista, entre os assuntos discutidos, estiveram o fortalecimento dos comitês de bacias, a falta d’água pras comunidades tradicionais da Amazônia e a contaminação dos rios com agrotóxicos. Na ocasião, Adevaldo Dias, presidente do Memorial, apresentou o projeto Sanear Amazônia no intuito de  sensibilizar  a sociedade e o governo brasileiro quanto a importância de saneamento e água potável para as famílias extrativistas da Amazônia.

Com a crise da água que atingiu o Centro Oeste recentemente, principalmente São Paulo, a discussão sobre a água torna-se a questão central para a segurança alimentar e nutricional. “O momento é oportuno para pegarmos carona e demonstrar que muitas famílias extrativistas da Amazônia também sofrem por falta de água potável e saneamento” destaca Adevaldo.  Incluir o tema na agenda do governo é fundamental para que, nos próximos anos, a demanda atendida seja superior do que as 2.800 famílias que já estão sendo beneficiadas com o Sanear Amazônia.

“O encontro é entendido como parte de um processo que poderá gerar resultado efetivos futuros. Mas no mínimo já podemos contabilizar como resultado o fato de demonstrar ao governo e a sociedade que temos uma demanda de água de água e saneamento na Amazônia e que existe solução exequível como a que já estamos desenvolvendo” comenta Dias sobre o Sanear Amazônia.

O 3º Encontro Temático: Água e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional é um dos quatro encontros preparatórios para a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, marcada para novembro, que tem como tema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”. O último encontro deve ocorrer  no começo do próximo mês, no Maranhão.

 

“É água limpinha da chuva do lado de casa”

Projeto Sanear Amazônia leva água de qualidade e saneamento básico para 2,8 mil famílias de reservas extrativistas da Amazônia

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Fotos: Ubirajara Machado/MDS

Brasília – De longe, na estrada que vai até a Reserva Extrativista Chico Mendes no seringal Porongaba, região de Brasiléia, no Acre, a paisagem da casa do extrativista Francisco Soares de Melo, 51 anos, chama a atenção: duas caixas d’água e o banheiro colorido em laranja e verde. Com um sorriso tímido e olhos de admiração, ele mostra cada canto da nova tecnologia construída pelo Projeto Sanear Amazônia, parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Memorial Chico Mendes. “Essa tecnologia chegou em boa hora. É água limpinha da chuva do lado de casa”, comemora seu Francisco.

Duas caixas d’água vão armazenar um total de seis mil litros de água, captada da chuva pelo telhado da residência. Seu Francisco lembra que, por anos, toda a família tomava a água do igarapé, sem nenhum tratamento – situação comum para a população mais pobre da região amazônica. “Os meninos tinham muita dor de barriga quando pequenos. Deve ter sido por causa da água que a gente tomava.” Em 2005, com uma situação financeira melhor, a família conseguiu comprar uma bomba e levar água da fonte até um reservatório.

Além da água de qualidade, o Sanear Amazônia vai garantir saneamento básico às famílias, outro problema na Amazônia. Pequenas casas, afastadas da residência principal, onde ficam as fossas, podem ser vistas na reserva. As famílias convivem com a contaminação do solo e as doenças decorrentes da falta de tratamento do esgoto. Os novos banheiros terão fossa séptica, vaso sanitário e chuveiro. “Vamos deixar de levantar à noite, no sereno, na chuva e até mesmo no meio do sol quente para fazer as necessidades”, conta o extrativista.

Na propriedade, moram Francisco, a esposa Cleonice e uma filha de 7 anos. Os outros três filhos – entre 23 e 25 anos –“já se arrumaram”. “Duas já casaram, o menino foi para o Exército, lá em Rio Branco”, detalha seu Francisco.

A família colhe a castanha-do-Brasil, produto vendido por cerca de R$ 30, a lata, para a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre). “Depende muito da colheita, mas conseguimos umas 30 latas por mês.” Cleonice complementa a renda com um salário mínimo que ganha como agente comunitário de saúde de Brasiléia. Com carinho, seu Francisco fala sobre a importância do trabalho da esposa. “Ela me ensinou a tratar a água para beber. Colocar o hipoclorito de sódio, por exemplo.”

Para consumo da casa, eles plantam milho, feijão, frutas regionais, e têm algumas ovelhas e cabeças de gado de leite e de corte. “Eu quero aumentar a produção de mandioca e comercializar. Estou planejando isso, o comércio aqui é bom.” Com a vida melhorando, Francisco e Cleonice não escondem o grande sonho. “Meu sonho é ter uma casa boa e um transporte melhor; um carro bom”, diz ele, com as bochechas coradas pela timidez.

Projeto – O Sanear Amazônia vai beneficiar 2,8 mil famílias de oito reservas extrativistas distribuídas em 14 municípios do Acre, Amazonas, Amapá e Pará. As famílias terão acesso à água por meio das tecnologias sociais Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Comunitário e Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Autônomo. Indiretamente, o projeto deve atingir oito mil famílias.  Ao todo, o governo federal está investindo R$ 35 milhões na ação.

Mais que uma comodidade, o banheiro terá um papel importante na conservação das áreas de floresta das reservas extrativistas. “Com os banheiros de alvenaria, teremos a destinação correta dos dejetos. Essa é a grande importância que esse projeto traz para as 2,8 mil famílias”, ressalta o presidente do Memorial Chico Mendes, Antônio Adevaldo Dias.

Publicado em: http://mds.gov.br/  22/09/2015

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS

UCs de Uso Sustentável no Baixo Rio Branco, em Roraima

Arpa quer transformar área ambiental em três unidades de uso sustentável

Com recategorização, seria possível as comunidades de Boiaçu, Itapará e Remanso trabalharem nas áreas de forma sustentável

Por Vanessa VieiraEm 11/09/2015 às 00:25

O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) deverá começar, em breve, estudos para a recategorização da Área de Proteção Ambiental (APA) Baixo Rio Branco em três Unidades de Conservação de Uso Sustentável, no Sul do Estado. A proposta foi sugerida pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e pelo Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação (Iacti), durante reunião do comitê do programa.

De acordo com o diretor-presidente do Iacti, Marcelo Nunes, a intenção do governo é transformar a APA Baixo Rio Branco em três Reservas de Desenvolvimento Sustentáveis (RDSs). “A APA não é de domínio público, diferente de uma RDS, que poderemos gerir. Esse processo é chamado de recategorização”, explicou, em entrevista à Folha.

As três RDSs criadas seriam a de Boiaçu, Itapará e Remanso, todas na margem do Rio Branco, que juntas equivalem à mesma área da APA Baixo Rio Branco, que é de 1.564.675,456 ha. “Com a criação dessas reservas, vai ser possível trabalhar, de forma sustentável, todas as questões no sentido de dar mais qualidade de vida para essas pessoas, além de gerar renda e emprego”, afirmou Nunes, referindo-se a 18 comunidades que vivem no local, representando 546 famílias que residem ao longo da margem do Rio Branco.

O Comitê do Programa aprovou o início dos estudos para a criação das reservas, em que deve ser investido cerca de R$ 1 milhão. “Desenvolvemos um formulário de inscrição, que apresentamos na reunião do comitê. A previsão é que, a partir de outubro, o recurso esteja disponibilizado para o início dos estudos”, afirmou o presidente do Iacti.

Na próxima reunião, a expectativa é que seja apresentada uma nova proposta, para a criação do Parque Nacional das Nascentes, que hoje também é uma Área de Preservação Ambiental. “Nossa ideia é criar um mosaico, um corredor ecológico na margem direita do Rio Branco”, assegurou Nunes. “As pessoas dizem que a questão da preservação ambiental vai na contramão do desenvolvimento. Mas quando esse desenvolvimento é feito de forma sustentável, não há prejuízos”, comentou.

ARPA – Instituído no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) tem como objetivo apoiar a criação e a consolidação de unidades de conservação federais e estaduais de proteção integral e de uso sustentável na região amazônica, auxiliar na manutenção e propor mecanismos que garantam a sustentação financeira das unidades de conservação; e promover a conservação da biodiversidade na região.

O programa tem duração de 25 anos e é dirigido pelo Comitê que tem como membros o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, dois representantes do MMA, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um representante do Ministério do Planejamento, um do Ministério da Fazenda, um representante indicado pelo órgão estadual do meio ambiente, dois da sociedade civil e três representantes de doadores de recursos privados. (V.V)

 

Projeto de Carbono na Resex Tapajós-Arapiuns

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Foto: Terra de Direitos

MPF/PA pede e ICMBio aceita fazer consulta prévia para projeto de carbono na reserva Tapajós-Arapiuns

Proposta anterior, feita pelo Instituto Chico Mendes, não foi precedida da consulta obrigatória pela Convenção 169 da OIT. Procedimento deverá ser corrigido

Em reunião na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Santarém, o Ministério Público Federal (MPF/PA) expôs a necessidade de ser realizada, de modo adequado, consulta prévia, livre e informada com as comunidades moradoras da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns antes de qualquer projeto ou empreendimento que afete seu modo de vida e território. A reunião tratava de proposta de comercialização de créditos de carbono florestal na região, feita pelo ICMBio.

A consulta prévia é um instrumento previsto pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para qualquer medida (seja considerada positiva ou negativa) que afete comunidades tradicionais, o que inclui indígenas, ribeirinhos, quilombolas agroextrativistas e diversas outras populações brasileiras que mantém relação diferenciada com o território onde vivem. O sentido do instrumento é o de respeitar o direito dessas comunidades à autodeterminação, à escolha do próprio futuro e à manutenção de modos de vida que atravessam gerações.

No caso da proposta do ICMBio, como em vários outros casos de projetos que afetam populações tradicionais, a Convenção 169 vinha sendo relativizada, em prejuízo das comunidades. “Se apresenta como necessário um recomeço do processo de diálogo e informação, dessa vez com base na Convenção, sobretudo levando em consideração o ineditismo e complexidade do tema”, apontou o procurador da República Camões Boaventura, que acompanhou a reunião. “É preciso descontituir a ideia de que a execução do projeto é inevitável, o que viciaria o caráter livre da consulta”, afirmou.

Para ele, a apresentação de um projeto pronto pelos servidores do ICMBio às comunidades, sendo dadas as opções de apoiá-lo ou não, viciaria o caráter livre e dialógico da consulta. “O momento é de informação, qualificada, isenta, técnica e multilateral”, explicou. Só com base no máximo de informações possíveis, inclusive com conhecimento de outras experiências similares é que as comunidades terão capacidade de decidir da melhor forma possível.

Tanto as comunidades presentes quanto os servidores do Instituto concordaram com as observações e aceitaram reiniciar o diálogo respeitando as premissas da Convenção 169. O MPF vai acompanhar o processo, através de um inquérito civil aberto na Procuradoria da República em Santarém.

Fonte: MPF

Tecnologias sociais de acesso à água começam a ser construídas na Amazônia

Projeto Sanear Amazônia vai implementar 670 tecnologias nas Reservas Extrativistas do Médio e Baixo Juruá, no Amazonas

Brasília, 18 – As primeiras tecnologias sociais de acesso à água para consumo começam a ser construídas neste mês nas Reservas Extrativistas do Médio Juruá e do Baixo Juruá, localizadas nos municípios amazonenses de Carauari, Juruá e Uarini. A Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), primeira entidade a iniciar a execução do projeto Sanear Amazônia, deve instalar 670 tecnologias sociais em duas reservas.

Segundo o gerente administrativo da associação, Eude Santiago, a tecnologia representa melhor qualidade de vida para os extrativistas. “O modelo garante água da qualidade e mais conforto. Eles não vão precisar mais se deslocar até a margem do rio e ou igarapés para conseguir água”, ressaltou. As famílias das reservas já foram capacitadas para ajudar na construção do sistema, além de aprender sobre o uso adequado da tecnologia, a gestão da água armazenada e preservação ambiental.

Serão construídas duas tecnologias: sistemas pluviais de Multiuso Autônomo e Multiuso Comunitário. No sistema Multiuso Autônomo, cada família poderá captar, armazenar e filtrar até seis mil litros de água da chuva. Já no Multiuso Comunitário, além das unidades domiciliares, também será instalado um módulo complementar de abastecimento com uma rede de distribuição, sendo acionado somente quando esgotar as reservas domiciliares.

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Coordenado pelo Memorial Chico Mendes com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Sanear Amazônia vai garantir o acesso das famílias extrativistas à água de qualidade. Na Amazônia, a população rural sofre com a carência de água para consumo e com doenças e verminoses devido à ausência de saneamento básico.

Com investimento de R$ 35 milhões, a meta é atender 2,8 mil famílias em situação de extrema pobreza que não têm acesso adequado à fonte de água potável e que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal em oito reservas extrativistas da região Norte. O projeto é desenvolvido pelo Memorial Chico Mendes, que seleciona entidades privadas sem fins lucrativos, por meio de chamada pública, para implantar as tecnologias sociais de acesso à água nas reservas.

UF RESEX Famílias beneficiadas Municípios
AC Chico Mendes 500 Assis Brasil, Brasiléia, Rio Branco e Xapuri
AM Baixo Juruá 170 Juruá e Uariní
Médio Juruá 500 Carauari
AP Rio Cajari 500 Laranjal do Jari e Marzagão
PA Arióca Pruanã 260 Oeiras do Pará
Mapuá 300 Breves
Terra Grande Pracuúba 370 Curralinho e São Sebastião da Boa Vista
Soure 200 Soure
Área total 2.800 14 municípios

Capacitação – As famílias da reserva extrativista Chico Mendes, no Acre, também serão beneficiadas com a tecnologia social. No início do mês, pedreiros escolhidos pela comunidade foram capacitados. José de Souza Araújo Filho, 39 anos, é um deles. Ele conta que teve a oportunidade de aprender a construir e utilizar o sistema de acesso à água da chuva. “Antes eu não sabia trabalhar com esse sistema. A capacitação foi muito importante pra mim.”

O pedreiro vai ter ao lado de sua casa, onde mora com a esposa e um enteado, a tecnologia social. Beneficiário do Bolsa Família, ele recebe R$ 237. O dinheiro ajuda na compra de comida, material escolar e, algumas vezes, de água. “Aqui na comunidade temos que buscar água longe. As mulheres vão a pé, com uma lata na cabeça. Por isso, a tecnologia é tão importante”, destaca.

Segundo a analista de Políticas de Inclusão Produtiva do MDS, Karla Oliveira, as entidades Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA Acre), SOS Amazônia e Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre (Pesacre) vão construir 500 tecnologias sociais de acesso à água na reserva Chico Mendes.

De acordo com o coordenador técnico do Sanear Amazônia no Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA Acre), Stoney do Nascimento, as construções dos sistemas devem começar em julho. “O projeto representa muito para a comunidade. Além de receber essa tecnologia, as famílias estão participando de todo o processo, do começo ao fim”, ressaltou.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Encontro de Formação do Projeto Sanear

O Memorial Chico Mendes realizou, entre 05 e 07 de maio, em Manaus, encontro de formação para representantes das organizações executoras o Projeto SANEAR, financiado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. O encontro, que faz parte da agenda de trabalho do Projeto SANEAR AMAZÔNIA, teve como objetivo nivelar a metodologia de implementação do projeto entre as organizações selecionadas em um processo público para executar o projeto.

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O SANEAR AMAZÔNIA visa garantir água de qualidade para o consumo das comunidades extrativistas da Amazônia, prevenir doenças, melhorar o rendimento escolar de crianças e adolescente e, também potencializar atividades econômicas das famílias extrativistas mais isoladas da região Amazônia, com a disponibilidade de tecnologia social – Sistema de acesso à água Pluvial Multiuso Comunitário e Sistema de acesso à água Pluvial Multiuso Autônomo.

A meta é beneficiar 2.800 famílias extrativistas de 8 Reservas Extrativistas, uma área 2 milhões e 300 mil hectares, localizadas em 4 Estados da Amazônia, a saber: Acre (RESEX Chico Mendes/Xapuri, Rio Branco, Brasiléia e Assis Brasil; Amazonas (RESEX Médio Juruá/Carauari e Baixo Juruá/Juruá e Uarini); Pará (RESEX: Arioca Prunã/Oeiras do Pará, RESEX Mapuá/Breves, RESEX Soure e RESEX Terra Grande Pracuúba/Curralinho, São Sebastião da Boa Vista) e Amapá (RESEX Rio Cajari/Laranjal do Jari e Mazagão).

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Projeto SANEAR: uma alterativa inovadora

É uma proposta de investimento em tecnologias sociais para o desenvolvimento de sistema de abastecimento de água que contam com a captação da água da chuva, sendo uma alternativa que viabiliza o acesso à água de qualidade na região Amazônica, onde o regime pluviométrico não é uniforme e apresenta períodos de escassez da fonte de água de chuva. Por este motivo, a proposta é apostar em alternativas de abastecimento complementar (água de superfície ou água subterrânea) para garantir o acesso à água em quantidade, qualidade e acessibilidade ao longo do ano.

Memorial Chico Mendes

O Memorial Chico Mendes – MCM, organização de natureza técnica vinculada ao Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS, é o responsável pela execução do projeto.

Segue abaixo o link da notícia que saiu no portal do jornal A Crítica de Manaus sobre o Encontro de Formação do Projeto SANEAR Amazônia.

http://acritica.uol.com.br/amazonia/Sustentabilidade-potavel-comunidades-localizadas-reservas_0_1351664824.html