VIVA O DIA DA AMAZÔNIA

PARA AS POPULAÇÕES EXTRATIVISTAS DA AMAZÔNIA A FLORESTA AMAZÔNICA É O MAIOR PATRIMÔNIO QUE HOJE TEMOS !

Memorial Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil entregam Tecnologias Sociais no Amazonas

O Memorial Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil na parceria para implementar tecnologias sociais de acesso à água as populações extrativistas do Estado do Amazonas, têm seus primeiros resultados com a entrega de 36 tecnologias sociais as famílias das comunidades da RESEX do Rio Jutaí.

Na parceria, a Associação do Produtores Rurais de Carauri – ASPROC vem assumindo um papel estratégico na construção física das tecnologias sociais, devido a sua trajetória e experiência consolidada no Sanear Amazonas. Trabalho que envolve tecnologia social, saúde e saneamento na Amazônia. A ASPROC atua em parceria com o Memorial Chico Mendes.

Os investimentos da Fundação Banco do Brasil – FBB aplicados diretamente nas comunidades das RESEX, atendem, especialmente, as mulheres e as crianças extrativistas. No trabalho da floresta, as mulheres convivem e assumem as atividades da rotina doméstica, cuidados com as crianças, limpeza e asseio da casa, e a produção extrativista, também. Por isso a tecnologia social, alcança com mais dignidade as mulheres e as crianças, na medida em que possibilitará mais comodidade e privacidade, no uso do banheiro em casa e água de qualidade para uso de todos da família.

Mais 38 tecnologias sociais serão concluídas e entregues as famílias extrativistas na parceria Memorial Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil – FBB no decorrer de 2017.

Memorial Chico Mendes Comemora 21 Anos de Luta

Água, extrativistas, saneamento, conservação socioambiental, políticas públicas, desenvolvimento das populações da floresta.  São retrospectos que simbolizam a luta e conquistas do Memorial Chico Mendes em seus 21 anos de existência.

Criado em 12 de Julho de 1996, o Memorial Chico Mendes com atuação na Amazônia, defende o legado e as ideias de Chico Mendes, sobretudo, de fortalecimento da agenda politica do Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS de desenvolvimento das Reservas Extrativistas, como espaço de vida e de produção sustentável.

O Memorial Chico Mendes na estratégia de fortalecer a luta e os sonhos das populações extrativistas, por mais direitos e igualdades sociais, vem por meio de serviços, projetos e programas contribuindo no processo de conservação das RESEXs, valorizando a cultura dos povos da floresta e procurando melhorias nas áreas de produção, saúde, saneamento dos extrativistas e educação.

O Memorial vem reafirmar, nestes 21 anos, o compromisso  dessa luta na defesa dos direitos das populações extrativistas e do fortalecimento político e social do Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS para que o legado de Chico Mendes continue orientando a agenda de desenvolvimento sustentável da Amazônia e do Brasil, como espaço de vida e cidadania.

Parabéns Memorial Chico Mendes!!!

Memorial Chico Mendes realiza Capacitação na Resex do Rio Jutaí

Dentro do projeto de instalação de tecnologias sociais do Sanear Amazonas está incluso atividades de capacitação para as comunidades que serão beneficiadas pela política de saneamento. Realizada em dois formatos, o primeiro deles, a capacitação de gestão das águas, é voltada exclusivamente para a comunidade, enquanto o outro formato, de gestão organizacional, para a diretoria da associação responsável pela interlocução do Sanear Amazonas.

A capacitação foi realizada nas comunidades de Monte Tabor, Vila Efraim e Bacabal, ambas localizadas na Resex do Rio Jutaí. Foram apresentados os principais aspectos relacionados à tecnologia social, já preparando as comunidades para as tecnologias que irão receber. Assim, eles poderão realizar a autogestão desse processo.

Outro aspecto abordado na capacitação está relacionado aos benefícios adquiridos com a tecnologia social, que envolve o saneamento e a qualidade da água.  Nas comunidades visitadas, as famílias moram em terra firme Às margens de ressacas, que ficam distante das margens do rio, então quando é período de cheia, a água chega até as casas. Entretanto durante o verão, os rios secam, distanciando-se das moradias, sendo o percurso até a margem distante e escaldante pelo sol e a água que restam nas ressacas muito quente. Assim, não dá para buscar e usar a água. A situação atinge a higiene dos comunitários, já que a temperatura começa a amenizar a partir das 22h, que é o horário que eles descem até o rio para banhar-se. A tecnologia vai trazer um benefício muito grande nesse sentido, de captação de água para uso na residência.

Por isso, é importante que se entenda todo o processo de implementação das tecnologias sociais, já que desta forma a compreensão das mudanças que elas trarão a comunidade alcança melhor êxito. Compreendendo o cuidado que se deve ter com a tecnologia e o envolvimento da comunidade nesse processo organizacional permitirá maior envolvimento de todos quanto aos cuidados e manutenção das tecnologias. Não apenas sob o aspecto técnico, mas no financeiro e organizacional.

O objetivo maior da capacitação é a mobilização social e política, para a importância da tecnologia, os benefícios à saúde e bem-estar da comunidade, já que o envolvimento exerce uma parcela ímpar na implementação da política pública.

Memorial Chico Mendes e CNS comemoram o Dia Mundial do Meio Ambiente

Comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia no dia 05 de Junho. Essa data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo da Suécia.

O Meio ambiente está interligado a tudo o que compõe o Planeta Terra e afeta a vida humana. Assim, ele envolve o ar que respiramos, as florestas, as plantas, os animais e a água que cobre a superfície terrestre. A preservação do meio ambiente por meio da educação sustentável tem sido uma das bandeiras de luta do Memorial Chico Mendes em prol das comunidades tradicionais da Amazônia e do planeta.

Mais do que nunca é necessário à proteção de nossas florestas. Segundo dados do IBGE, em apenas um ano, a Amazônia perdeu 7.989 km² de seu território verde, o que leva a uma alta de 29% quando comparado aos anos anteriores. Este valor aponta para a derrubada de 451 milhões de árvores. Para se ter uma ideia da gravidade deste dado, o espaço desmatado equivale a mais de 1 milhão de campos de futebol.

A questão da água também tem sido uma das discussões do Memorial Chico Mendes e do CNS. Estima-se que 49% da população na região Norte é atendida pelo abastecimento de água, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, SNIS. Embora tenha a maior bacia hidrográfica do mundo, a população que vive as margens dos rios da Amazônia ainda sofre pelo acesso à água potável e ao saneamento básico, mesmo nas capitais amazônicas.

A principal participação do Memorial Chico Mendes e CNS pelo meio ambiente são as Resex como espaço de desenvolvimento da qualidade de vida no Brasil, por meio da conservação do meio ambiente pelas populações extrativistas. As unidades de conservação tornam possível o desenvolvimento sustentável devido à exploração autossustentável e à conservação dos recursos naturais renováveis.

A luta do Memorial Chico Mendes e CNS é para que as políticas públicas específicas consigam alcançar as populações extrativistas, podendo, assim, por meio de suas unidades de conservação promover um maior potencial de desenvolvimento e vantagens sociais e ambientais frente ao desmatamento e uso inadequado dos recursos naturais.  Assim, as Resex demonstram sua eficiência como espaço que articula simultaneamente formas de uso comum e de utilização privada de um estoque definido de recursos naturais disponíveis como a extração de látex, manejo agrícola, caça e pesca, entre outros.

As unidades de conservação apresentam-se como modelos viáveis a preservação ambiental, já que suas atividades produtivas não colocam em risco a natureza, pelo contrário, quando há uma Resex, há áreas de menor grau de desmatamento no Brasil, segundo dados do IBGE, mantendo sua cobertura verde. Para o Memorial Chico Mendes e o CNS é indispensável à manutenção do meio ambiente que é garantida através da implementação dos instrumentos de gestão e o apoio às atividades extrativistas, que acontecem com a promoção do manejo sustentável dos recursos naturais e valorização dos produtos do extrativismo.

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É preciso refletir sobre nossos atuais posicionamentos diante da natureza e do meio em que vivemos para preservar o futuro do Planeta Terra. Embora ainda se veja um potencial de consumo enorme das nossas florestas, dos nossos rios que podem suprir a necessidade humana por bastante tempo, a mudança de mentalidade para o uso, gerenciamento e compartilhamento dos recursos ambientais mais do que nunca se tornou a saída para o desenvolvimento da humanidade.

Memorial Chico Mendes e CNS participam de Oficina Regional Norte mais Maranhão para construção do Programa Nacional de Saneamento Rural

De 22 a 24 de maio ocorreu em Belém à terceira oficina regional para construção do Programa Nacional de Saneamento Rural, PNSR. Programadas para acontecer até junho nas cinco regiões brasileiras, as oficinas são uma iniciativa do Ministério da Saúde e Grupo da Terra, por meio da Fundação Nacional de Saúde, FUNASA. A ideia é ampliar o debate concernente à elaboração das propostas para o programa e garantir a participação colaborativa dos diversos atores e segmentos sociais interessados e envolvidos nas questões de saneamento rural, além de ser a oportunidade de conhecer as peculiaridades de cada região. O Memorial Chico Mendes e o CNS estiveram participando junto com o Grupo da Terra, na formulação de propostas da Amazônia.

Participaram além do Presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Joaquim Belo pelo Estado do Amapá os representantes das Regionais do CNS do Pará, Amazonas (Dione Torquato), Acre (Ângela Mendes e Júlia Feitoza), Maranhão (Valdilene Mondego). O Memorial Chico Mendes foi representado pelo Presidente Adevaldo Dias e o Coordenador Técnico Clodoaldo Pontes.

A proposta do PNSR leva em consideração as características de cada comunidade nas diferentes regiões brasileiras. Assim, o programa visa promover a inclusão social das populações do campo, floresta e águas nas discussões de estratégias que os beneficie e agregar ao saneamento a busca por outras políticas públicas primordiais como saúde, recursos hídricos, habitação, meio ambiente, dentre outras.

Dessa forma, ao trazer as discussões de saneamento para as regiões, cria-se uma aproximação com suas características específicas. Para Clodoaldo Pontes, coordenador técnico do Memorial Chico Mendes, quando se discute na localidade, possibilita a seus habitantes, como os extrativistas da Amazônia, qualificarem esse debate. “Quando se vê só o governo ou pessoas de outras regiões discutirem isoladamente sem a participação desses atores locais, não tem como enxergar as questões específicas”, disse.

As necessidades da região Norte quanto ao saneamento são imensas, afirma Clodoaldo Pontes. Há um isolamento territorial e político que soma com a falta de investimento, “o principal desafio é investimento público que alcance essas áreas isoladas, que o poder municipal e estadual não tem recursos para chegar, por isso tem que haver recurso federal específico”, conta o coordenador técnico.

Foi consenso nos grupos de trabalho nessa edição das oficinas regionais o recurso público direcionado para financiar o PNSR, sem depender de emendas parlamentares.  Clodoaldo Pontes vê que essa decisão é a mais indicada para o saneamento alcançar as comunidades tradicionais mais isoladas.

Outra discussão levantada nessa edição refere-se à participação do movimento social no processo de gestão e execução do PNSR, ao final de sua elaboração. A proposta do movimento social é que os atores sociais brasileiros estejam afinados e participem, efetivamente, da execução das políticas e não apenas o governo federal, através da FUNASA. “Isso foi discutido na oficina do norte, se as outras oficinas das outras regiões também seguirem essa linha, ao final haverá um posicionamento consolidado do movimento social e teremos mais força na avaliação do governo quanto a essa proposta”, afirma o coordenador técnico do Memorial Chico Mendes.

A regionalização da oficina auxiliou a traduzir e tornar visível os aspectos que representam as áreas rurais brasileiras. A participação dos atores sociais e do movimento social fortalece a percepção do governo quanto à condição de saneamento na Amazônia. E possibilita traduzir para os técnicos da FUNASA, que estão à frente do trabalho representando o governo federal, melhorar a visão de política pública para Amazônia, que, diferentemente de outras regiões nacionais, tem aspectos particulares em cada estado, os quais acabam passando despercebidos por um olhar de fora.