Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Amazonas trabalha para ampliar participação dos movimentos sociais na proposta
A criação da Secretaria de Estado de Segurança Alimentar e Nutricional tem ganhado apoio e avança nas mesas de articulações dos movimentos coletivos. Uma demanda que beneficiaria mais de 300 mil agricultores familiares, 43 mil indígenas, 9 mil extrativistas e 16 mil ribeirinhos do Estado. A ideia é concretizar o mais breve possível a estruturação da nova pasta para apresentação oficial da proposta ao governador do Amazonas, Wilson Lima.
O presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Amazonas (CONSEA-AM), Clodoaldo Pontes, reuniu com a presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Amazonas (FETAGRI-AM), Edjane Rodrigues, para debater a questão e dar encaminhamento ao pleito.
A reivindicação coletiva abrange ainda a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-AM), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), além de outros movimentos sociais e populares do Estado.
A proposta da criação da secretaria foi aprovada tanto na última reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS) quanto do CONSEA-AM. “Vamos estar envolvidos diretamente nessas articulações visando ampliar essa frente de participação dos movimentos sociais para chegarmos até o governador e reivindicar que ele possa criar a secretaria, ainda na transição para o ano que vem”, explicou Clodoaldo Pontes.
“Se o Estado do Amazonas se prepara para criar uma secretaria específica de segurança alimentar e nutricional estará alinhado com uma política de País, uma vez que o Governo Federal está criando um ministério que também vai cuidar da agricultura familiar e da alimentação sustentável. Então, essa sintonia política entre o estado e a federação é muito estratégica”, destaca Clodoaldo Pontes.
Necessidade alimentar
Segundo Edjane Rodrigues, a ideia de criação da nova pasta surgiu ainda no ano de 2020, no período em que o Estado enfrentou o recrudescimento da epidemia da Covid-19, após inúmeros relatos de necessidades alimentares vindos dos sindicatos instalados nos municípios do interior do Estado.
“Muitos não passaram fome porque no Amazonas tem peixe e uma biodiversidade que a floresta nos oferece, mas nas periferias a situação foi mais complicada”, relata a presidente da FETRAGRI-AM. “Essa secretaria viria para amparar o povo amazonense, não só na questão alimentar, mas também de produção”, enfatiza Edjane Rodrigues.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em relação ao biênio 2017-2018, o Amazonas tem cerca de 2,7 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada ou grave.