Brasília – O governo federal reforçou as ações para que o agricultor familiar do Semiárido possa produzir e criar animais mesmo nos longos períodos de seca. Entre 2011 e 2015, foram entregues 158 mil tecnologias de captação e armazenagem de água para produção – a chamada segunda água.
No ano passado, o governo federal, em parceria com organizações da sociedade, entregou 53,5 mil tecnologias sociais de armazenamento de água da chuva para produção. Com baixo custo e simples implantação e manutenção, as cisternas podem ser do tipo calçadão e de enxurrada, além de barragens subterrâneas e barreiros trincheira, entre outros modelos, com capacidade de no mínimo 52 mil litros de água.
Essas tecnologias integram uma série de políticas públicas do governo federal para a promoção da convivência com o Semiárido. Assim, milhares de famílias sertanejas estão melhorando sua capacidade produtiva e ampliando o acesso a alimentos saudáveis, com o apoio do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do seguro Garantia-Safra, do Programa de Sementes, Crédito Pronaf B, Luz para Todos, aposentadoria rural, Bolsa Família, entre outros.
“O sertanejo está mais preparado para conviver com a seca. As cisternas são soluções inovadoras que valorizam o conhecimento do povo do Semiárido e são construídas com a participação das comunidades locais. Com essa política, estamos garantindo o atendimento às famílias mais vulneráveis. E o compromisso do governo federal para este ano é continuar avançando no Programa Cisternas”, destaca o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos.
Além do acesso a água para produzir, o governo federal entregou, desde 2003, mais de 1,2 milhão de cisternas com capacidade para armazenar 16 mil litros de água para o consumo humano – o que representa uma capacidade de armazenamento de quase 20 bilhões de litros de água. “Essa capacidade equivale a 40 milhões de caixas d’água de 500 litros, as mais utilizadas no Brasil. Isso permitiria abastecer quase um milhão de pessoas na cidade de São Paulo durante oito meses”, explica o secretário.
Em 2015, foram construídas 125,7 mil novas cisternas. Cada tecnologia foi projetada para suprir necessidades básicas (beber, cozinhar e higiene pessoal) de uma família de até cinco pessoas por oito meses, o período normal de estiagem no Semiárido.
As cisternas ajudaram a melhorar indicadores de acesso à água no Brasil, principalmente entre os mais pobres. Em 2002, 59,7% das famílias mais pobres tinham acesso à água, segundo o IBGE. Em 2013, esse número chegou a 79,9%. No total, 94,6% da população, em 2013, teve acesso à água contra 88,6% em 2002.
Essas tecnologias transformaram a vida de milhares de mulheres sertanejas. Antes, elas tinham que percorrer, diariamente, quilômetros em busca de água de má qualidade, carregando uma lata de água na cabeça. A alimentação da família ficava comprometida e a desnutrição de crianças e adultos era comum na região.
A convivência com a estiagem também tem lugar nos bancos escolares, onde milhares de crianças e jovens estão diariamente e a água é um bem essencial. Parceria do MDS com a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) vai construir 5 mil cisternas para captação de água da chuva em escolas públicas até 2016. No ano passado, foram construídas 1,7 mil cisternas nas escolas rurais do Semiárido.
Além de combater a insegurança alimentar e nutricional, o acesso à água é fundamental para garantir que os estudantes não tenham aulas canceladas durante o período de estiagem por falta de água. O investimento total na ação é de R$ 69 milhões.
Água e saneamento – O Programa Cisternas também está investindo em ações de acesso à água de qualidade e saneamento para beneficiar 2,8 mil famílias de oito reservas extrativistas da Amazônia. A iniciativa é coordenada pelo Memorial Chico Mendes com recursos do MDS no valor de R$ 35 milhões.
Apesar da abundância de água na região Amazônica, a população de baixa renda não tem acesso à água potável. Como a regularidade da chuva lá é grande, os sistemas implantados pelo projeto permitem melhor aproveitamento da água pluvial, que reservada e tratada de forma adequada é própria para o consumo e outros usos domésticos.
Com o projeto Sanear Amazônia, serão implantadas duas tecnologias: sistemas pluviais de Multiuso Autônomo e Multiuso Comunitário. No sistema multiuso autônomo, cada família poderá captar, armazenar e filtrar até seis mil litros de água a cada período chuvoso. Já no multiuso comunitário, também será instalado um módulo complementar de abastecimento com uma rede de distribuição, acionado quando esgotar as reservas domiciliares.
Confira mais registros do Sanear Amazônia na galeria do MDS, clique na foto abaixo.
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