As mulheres extrativistas representam a força da sociedade, não apenas dentro de seus lares, mas também nos processos produtivos e atuando na liderança política. Sua presença e o desempenho de suas funções tem sido primordiais na construção social e organização comunitária das áreas de uso coletivo sustentável da Amazônia, especialmente nas Reservas Extrativistas.

Há dentro do movimento social brasileiro uma busca constante para atender a pauta das mulheres do campo, da floresta e das águas. O Conselho Nacional das Populações Extrativistas, CNS, estrategicamente vem assumindo a luta das mulheres extrativistas, como questão central na pauta de reivindicação junto ao Estado brasileiro, buscando apoiá-las e garantir visibilidade a causa da mulher extrativista, reconhecendo sua contribuição para a conservação e para a reprodução da vida e da cultura na floresta e no campo.

O CNS luta pela autonomia da mulher, reconhecimento de seus direitos e pelo acesso de politicas públicas voltadas a geração de renda e cultura tradicional nas Reservas Extrativistas. A luta da mulher também é a luta para conservar a floresta, para conservar a organização comunitária das Reservas Extrativistas, para conservar seu lar e sua família. Por isso, as ações promovidas pelo CNS, para elas, têm estado no campo da atenção à saúde e prevenção, promoção da dignidade humana, formação política, participação e controle social nas políticas de saúde, especialmente do SUS, articuladas recentemente pelo Projeto Bagagem da Mulher Extrativista, da Secretaria da Mulher Extrativistas do CNS.

É preciso lembrar que muito mais ainda precisa ser feito pela mulher da floresta. Muitos direitos têm que ser postos em práticas e respeitadas para que haja melhor condição de vida a ela e ao seu seio familiar. Embora, o trabalho desenvolvido no CNS contando com a participação efetiva das mulheres como líderes políticas e militantes, ainda há muito a ser feito. O que se precisa ter em mente é que a melhoria das condições de vida e o bem-estar que se busca, não alcança apenas a mulher, mas a todos aqueles que estão próximos a ela. Porque ser mulher está intimamente ligado a isso, a ser generosa, abraçar as causas como se tivessem saído de dentro delas e oferecer aqueles que estão ao seu redor ternura e dignidade.

O CNS vem fortalecendo a luta para garantir as mulheres extrativistas a defesa de seus direitos sociais e culturais. Os direitos da mulher extrativista é pauta central do CNS na reivindicação das políticas públicas do movimento extrativistas, que integra o acesso a terra e valorização da agroecologia, uma educação que não discrimine as mulheres, o fim da violência sexista, ser mãe com segurança e respeito, autonomia econômica, trabalho, renda, democracia e participação política.

Para o CNS, a mulher precisa ser ouvida e respeitada como uma força comunitária, social e política da cultura da floresta. É na mulher que está a força. É por meio as esperanças são renovadas. Precisamos dar-lhe o que é de seu direito e nossa gratidão.

Feliz dia internacional da mulher!