No último sábado (19) equipes do Memorial Chico Mendes (MCM), da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) e do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) estiveram presentes na Assembleia comunitária da Reserva Extrativista Rio Unini, em Barcelos, a 405 quilômetros de Manaus, no norte do Amazonas. O objetivo era apresentar o programa Sanear Amazônia à comunidade, que ansiava por essa conquista dos extrativistas.
De acordo com Clodoaldo Pontes, coordenador técnico do Sanear, a ASPROC fez o cadastramento das famílias que passarão para as etapas seguintes do programa, como a confirmação da documentação necessária, respeitando os critérios estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social. As construções deverão iniciar no fim fevereiro de ir até março de 2019.
“A ASPROC é a entidade selecionada para execução do programa e já cadastrou e agendou a capacitação das famílias, ao todo foram 93 famílias cadastradas que deverão apresentar o Número de Identificação Social (NIS) e documentos pessoais, participar da capacitação e apoio na construção das tecnologias sociais”.
Resex Rio Unini
A Resex é uma área de conservação ambiental onde vivem populações extrativistas tradicionais cujo sustento é baseado no agroextrativismo e na criação de animais de pequeno porte como galinhas e porcos. As comunidades vivem da pesca de subsistência, da coleta de castanha do Pará e plantação de mandioca para produção da farinha. Além disso, trabalham com o manejo e pesca de pirarucu, de peixe ornamental e a produção de castanha do Pará.
Essa forma de organização comunitária tem como objetivo proteger os meios de vida e a cultura dos povos da floresta assegurando o uso sustentável dos recursos da floresta. A venda dos produtos é realizada pelos próprios comunitários na sede dos municípios de Novo Airão e Barcelos.
Em relação à organização comunitária, no Rio Unini existem três organizações de base: a Associação de Moradores do Rio Unini (AMORU), a Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (COOMARU) e a Associação de Moradores da Comunidade do Tapiíra (AMOTAPI). Na comunidade, as condições precárias em relação à assistência à saúde e educação, denunciam a ausência do poder público. Em 2017, sofreram dias de angústia após a morte de uma criança e um adolescente vitimados por raiva humana, transmitida pela mordida de morcegos.
A participação social ocorre em todas as etapas de execução do programa desde a tomada de decisões na assembléia comunitária, capacitação e construção, até a manutenção das tecnologias. O objetivo é preparar as pessoas para o manuseio adequado das tecnologias, zelando para prolongar a vida útil dos sistemas. Dessa forma, para o sucesso do Sanear é fundamental que os comunitários protagonizem as mudanças que desejam e em virtude disto a organização comunitária é um dos principais pressupostos para a implementação do programa Sanear Amazônia em comunidades extrativistas, promovendo autonomia e protagonismo dos comunitários além de água potável para o consumo humano.
Por Fábio Venislson de Sousa Pereira em 20 de janeiro de 2021 às 14:37.
Estou escrevendo os sobre Aproveitamento de água da Chuva na Região Amazônica e gostaria, se possível, artigos científicos e/ou informações consistentes do projeto SANEAR na região em que vocês atuam. Aproveito a oportunidade para enaltecer e parabenizar a maravilhosa iniciativa.
Por memorial em 2 de março de 2021 às 19:16.
Fábio, como vai?
Desculpa a demora na resposta. Se ainda pudermos ajudar, podes entrar em contato pelo email mcm.memorial@gmail.com e termos como encaminhar os documentos (relatórios de monitoramento e execução) do trabalho de implementação do SANEAR na Amazônia.
Abraços,
Clodoaldo Pontes
Memorial Chico Mendes