O Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) emitiu uma Nota de Repúdio para manifestar o seu repúdio em decorrências das declarações do advogado William Martins Lopes, que no dia 21 de agosto proferiu ofensas contra um grupo de lideranças indígenas que almoçava em um restaurante na cidade de Santarém (PA).
O ataque foi presenciado por inúmeras testemunhas, incluindo o secretário-geral do CNS, Dione Torquato, e o procurador-chefe da Procuradoria da República (PR/PA), Felipe de Moura Palha, que precisou intervir para evitar violência.
Na ocasião, as lideranças indígenas estavam no local após participarem de um evento entre a Confederação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), CNS e outras organizações parceiras.
Sem motivo algum, o referido advogado abordou as lideranças e passou a proferir insultos racistas, falando em voz alta frases como: “índio não gosta de trabalhar”, “que tipo de índios vocês são” e “eu só gosto de índio que gosta de trabalhar”.
Os fatos foram relatados ao coordenador do MPF em Santarém, o procurador da República Gustavo Kenner Alcântara, e ao presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará para que sejam tomadas as providências cabíveis.
O Conselho Nacional das Populações Extrativistas reforça o pedido pela apuração dos fatos e expressa total apoio e solidariedade às lideranças indígenas vítimas dessa agressão, assim como o compromisso de defesa da garantia dos direitos dos povos e das comunidades tradicionais.
“Como processo da luta histórica da aliança dos povos da floresta, vamos estar sempre juntos lutando pela garantia de direitos, na defesa da Amazônia e também contra toda e qualquer forma de opressão. Garantir a democracia é uma luta de todos nós. Estamos atentos a expressões e atitudes desta natureza e não toleraremos em nenhuma hipótese tais práticas”, comentou Dione Torquato.
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