ACESSO À ÁGUA

Graças ao projeto Sanear Amazônia, o sonho da família Silva de ter água de qualidade e saneamento básico se realizou

Publicado 09/11/2015 17h33

RESEX CHICO MENDES

Maria das Dores e João Jorge agora têm água limpa em casa. Foto: Ubirajara Machado/MDS

Brasília – O dia de Maria das Dores Salustiano da Silva, 36 anos, é cheio. Limpa a casa, lava a roupa, planta milho, arroz, faz almoço e cuida dos filhos. Da terra conquistada na Reserva Extrativista Chico Mendes, no seringal Filipino, em Brasiléia (AC), o marido João Jorge Melo Souza, 53, tira a castanha do Pará, planta grãos e hortaliças e cria galinhas e algumas cabeças de gado para leite e corte. Como dona Maria gosta de dizer: a vida é boa.

E agora, ficou ainda melhor, com um sonho realizado. Há 20 anos morando na região, os Silva finalmente tem a oportunidade de ter um banheiro completo e água limpa para beber. A dona de casa conta que não via a hora de usar o banheiro de alvenaria e o chuveiro. “Agora vai melhorar. Vamos tomar água boa e poder tomar banho dentro de casa”, conta com brilho nos olhos e sorriso largo. Até então, a família Silva usava o banheiro de fossa e tomava banho de balde.

A família foi beneficiada com a tecnologia de captação de água da chuva do Sanear Amazônia, um projeto que está levando água de qualidade e saneamento básico para 2,8 mil famílias de oito reservas extrativistas da região. Ao todo, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) está investindo R$ 35 milhões em tecnologias sociais para captação, tratamento e uso da água da chuva no Norte do país.

Apesar da abundância de água na região Amazônica, a população de baixa renda não tem acesso à água potável. Como a regularidade da chuva lá é grande, os sistemas implantados pelo projeto permitem melhor aproveitamento da água pluvial, que reservada e tratada de forma adequada é própria para o consumo e outros usos domésticos.

Maria das Dores é beneficiária do Bolsa Família e recebe R$ 240 por mês. O dinheiro é usado para comprar roupas e sapatos para os dois filhos –de 11 e 14 anos – e completar a alimentação com verduras. “Tudo que a gente planta aqui é para nosso consumo. Às vezes a gente vende uma criação para conseguir um dinheiro a mais. Se não fosse esse dinheiro a gente passaria dificuldade.”

Com tantos sonhos se realizando, ela vê sua vida na reserva melhorando a cada dia. “Temos tudo. Eu gosto daqui e não tenho vontade de mudar para lugar nenhum”. E, como toda mãe, ela não se esquece dos filhos. “Quero que eles estudem e tenham uma vida feliz.”

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