O projeto Sanear Amazônia, parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Memorial Chico Mendes, ficou em primeiro lugar no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, na categoria Comunidades Tradicionais, Agricultores Familiares e Assentados da Reforma Agrária. O projeto concorreu com outras 154 práticas certificadas pela premiação em seis categorias.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destaca que o prêmio reconhece o sucesso de um programa ainda novo que garante água para populações isoladas da Amazônia. “O programa vai levar cidadania para essas comunidades isoladas extrativistas e ribeirinhas. Ainda temos uma longa jornada, porque são muitos sem acesso à água de qualidade. Mas já começamos e queremos fazer muito mais.”
Segundo o presidente do Memorial Chico Mendes, Antonio Adevaldo Dias da Costa, o prêmio vai trazer mais visibilidade para o Sanear. “Esperamos que outras entidades tenham o interesse e possam replicar essa tecnologia para atender ainda mais extrativistas da Amazônia.”
A tecnologia de captação de água da chuva do Sanear Amazônia está levando água de qualidade e saneamento básico para 2,8 mil famílias de oito reservas extrativistas da região. Ao todo, o MDS está investindo R$ 35 milhões em tecnologias sociais para captação, tratamento e uso da água da chuva no Norte do país.
Apesar da abundância de água na região Amazônica, a população de baixa renda não tem acesso à água potável. Como a regularidade da chuva lá é grande, os sistemas implantados pelo projeto permitem melhor aproveitamento da água pluvial, que reservada e tratada de forma adequada é própria para o consumo e outros usos domésticos.
Um dos idealizadores do projeto, o professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Silveira Bernardes conta que a ideia da construção do banheiro como parte da tecnologia social partiu das próprias mulheres das comunidades. “Elas contavam que o banheiro era a possibilidade de terem privacidade porque tomavam banho de roupa nos igarapés. Essa sensação, de tomar banho por completo, era rara.”
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